sábado, 13 de novembro de 2010

Série Pós-modernidade: última parte >> HEDONISMO!


Essa palavra origina-se do grego, “hedone”, que significa prazer, deleite, aprazimento. Essa ideologia afirma que o principal ou único alvo da vida humana é a obtenção de prazer, tentando por outro lado evitar a dor ou o sofrimento. Começou com os filósofos gregos que asseveravam ser a busca do prazer o objetivo máximo da vida. No mundo contemporâneo, hedonismo pode ser entendido como a busca da felicidade através do prazer.
Tal característica é visível na pós-modernidade, tendo relação com uma mudança de paradigma concernente ao corpo. Durante o período medieval, havia um corpo sacralizado, identificado com o corpo cristão e que deveria ser ocultado. Com o avanço da anatomia e da fisiologia, aos poucos, o corpo deixa de ser enxergado como religioso e passa ser funcional. Com a revolução industrial, o corpo é visto como uma força trabalhadora, porém, paralelamente, com o advento da psicanálise, protagonizado principalmente por Freud, o corpo é também visto como uma dimensão pulsional, erógena. À medida que a humanidade vai avançando na construção do conhecimento, percebe-se que há uma mudança na relação de cada indivíduo com seu corpo.
Contemporaneamente, é enfatizado a concepção erógena, que reconheceu o corpo na sua totalidade de prazer, tendo como base o individualismo exacerbado e fazendo com que o mito do homem pós-moderno seja identificado como “Narciso”.

Esper diz:

A expressão contemporânea dessa mítica é traduzida em uma crescente cultura da personalidade centrada no “eu”, traduzidas em uma intensidade máxima de prazer - o hedonismo. Observa-se uma ressacralização do corpo que é venerado por verdadeiros cultos, com mandamentos a serem seguidos, não havendo mais a contradição entre o sagrado e o profano. Essas questões permeiam um universo comandado por imagens e signos, ideologicamente veiculados pela mídia e que, segundo o filósofo francês Debord (1980), comanda a “Sociedade do Espetáculo”. Nesse sentido, o sujeito desejante é capturado imageticamente pela ideologia vigente de corpos perfeitos, jovens e saudáveis” (ESPER: 2004, p. 3).

Ao analisarem-se as características do mundo contemporâneo, uma coisa fica evidente: a maioria delas baseia-se no individualismo. Se há algo que não representa um rompimento com o mundo moderno é justamente isso, o homem continua sendo a medida de todas as coisas. As características elencadas acima apenas representam novas formas de como esse homem enxerga o mundo e se relaciona com ele.


ESPER, E. M. B; NEDER. M. O corpo contemporâneo. In: Convenção Brasil Latino América, Congresso Brasileiro e Encontro Paranaense de Psicoterapias Corporais. Foz do Iguaçu: Anais... Centro Reichiano, 2004. CD-ROM.

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