domingo, 7 de novembro de 2010

Série Pós-modernidade: parte 2 >> CONSUMISMO!


“Ser” está intimamente relacionado ao “ter”. Vive-se de modo a alcançar cada vez mais e melhores bens a fim de que se possa ser reconhecido como um cidadão plenamente adequado ao mercado consumidor. O cidadão tido como “normal” é aquele que se adequou ao consumismo. Já um cidadão que não conseguiu se adequar a essa lógica é entendido como um “estranho”.
Com o domínio da tecnologia, as grandes produções publicitárias e a agilização do processo de fabricação, novos produtos são lançados quase que diariamente. Nessa ótica, o mercado consumidor tem como base a insatisfação humana como combustível para a continuação desse ciclo consumista, gerando a movimentação contínua do mercado. Sendo assim, aquilo que se consome nada tem a ver com a utilidade ou a necessidade, mas, com a manipulação dos significados, que geralmente tendem a referir-se à felicidade. Baudrillard aponta o consumo como o organizador da vida cotidiana. A maioria das relações, senão todas, estão em órbita com esse paradigma da sociedade atual.
Como conseqüência, há um aumento notável da criminalidade, pois, muitos que não têm como adquirir um produto, roubam ou furtam não por necessidade, mas pelo desejo de possuir. Na realidade, não somente pelo desejo de possuir, mas pelo desejo de afirmação em determinado grupo, já que o ser está relacionado com o ter. Em alto e bom som a era pós-moderna proclama: “Diga-me o que consomes, e lhe direi quem és”. Bauman diz: “O que se tem registrado, em anos recentes, como criminalidade cada vez maior não é um produto do mau funcionamento ou negligência – muito menos de fatores externos à própria sociedade. É, em vez disso, o próprio produto da sociedade de consumidores, logicamente; e, além disso – também um produto inevitável” (BAUMAN: 1998).


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