O conceito “pós-modernidade” é discutido pela sociologia, uma vez que muitas são as vertentes que tentam explicá-la. O termo foi usado pela primeira vez na década de quarenta. Um dos primeiros eruditos a utilizá-lo foi Arnold Tonybee, que era um historiador (VEITH JR:1999, p.37)4.
Contudo, definir exatamente o que é “pós-modernidade” é tarefa quase impossível. Champlin diz: “A filosofia analítica tem-nos ensinado que nenhuma palavra de sentido abrangente, como ‘verdade’, ‘beleza’, ‘ciência’, ‘religião’, etc., pode ser devidamente definida de um fôlego só. Antes só conseguimos uma série de descrições incompletas, as quais, em seu conjunto, podem conferir-nos uma noção regularmente boa do objeto assim descrito” (CHAMPLIN:2004, vol. 05, p. 641)5. Sendo assim, “pós-modernidade”, ou qualquer outro termo que tente definir o tempo contemporâneo, só se fará entendida quando observados um conjunto de ideologias que o cercam.
Usa-se o termo “pós-modernidade” nesta pesquisa por ser o mais comumente usado na área acadêmica. No entanto, outros termos usados por estudiosos também ajudam nesta construção do entendimento do tempo presente.
Bauman afirma:
“[...] é numa época que Anthony Giddens chama de 'modernidade tardia', Ulrich Beck de 'modernidade reflexiva', Georges Balandier de 'supermodernidade', e que eu tenho preferido (junto com muitos outros) chamar de 'pós-moderna': o tempo em que vivemos agora, na nossa parte do mundo (ou, antes, viver nessa época delimita o que vemos como a 'nossa parte do mundo'[...]) (BAUMAN: 1998, p. 30)6.
Os vários termos que tentam definir a presente era, levam em consideração as características mais marcantes dessa. Assim, conforme se vê estas características é construída uma idéia do que seja o tempo presente. Analisando os numerosos termos existentes, tenta-se entender o presente tendo em vista as controvérsias existentes resultantes da dificuldade de se examinarem todos os processos que estão em curso.
Para um dos primeiros a utilizar o termo, o filósofo frânces Jean-François Lyotard, a condição pós-moderna caracteriza-se pelo fim das metanarrativas. Para ele “o pós-moderno, enquanto condição da cultura nesta era [pós-industrial], caracteriza-se exatamente pela incredulidade perante o metadiscurso filosófico-metafísico, com suas pretensões atemporais e universalizantes” (LYOTARD:1986, Introdução, p. viii)7. Entretanto, sua pretensão de definição ficou mal esclarecida, pois, se assim fosse, todas as teorias teriam de ser descartadas.
Giles Lipovetsky, defende a idéia de hipermodernidade. Em sua obra “A Era Do Vazio”, argumenta que não houve um rompimento com o mundo moderno, como sugere o termo “pós”. Pelo contrário, esta era é marcada pela exacerbação de suas características, tais como o consumismo, o individualismo, a ética hedonista, a fragmentação do tempo e do espaço e a perda de sentido das grandes instituições morais, sociais e políticas.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que foi um dos popularizadores do termo “pós-modernidade” no sentido póstumo de modernismo, prefere utilizar atualmente o termo “modernidade líquida”, destacando a realidade ambígua e multiforme desse tempo, baseado na clássica expressão marxiana de que “tudo o que é sólido se desmancha no ar”.
Diante da exposição das idéias desses três teóricos, que não se constituem nos únicos a escreverem sobre o tema, existe a possibilidade de nomear as características contemporâneas com mais entendimento. Seria impossível exaurir todas essas características, haja vista o grande número delas. 4 VEITH JR, Gene Edward. Tempos Pós-modernos. São Paulo: Cultura Cristã, 1999.
5 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, vol. 05. São Paulo: Hagnos, 2004.
6 BAUMAN, Zygmunt. O Mal Estar da Pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.
1 comentários:
Olá.
Encontrei o seu blog por um acaso. Estava procurando uma bíblia aberta (desenho) no google e me deparei com esta beleza de blog. Já estou seguindo.
Obrigada por compartilhar coisas preciosas.
Val
www.crieartezzanato.blogspot.com
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