A Teologia do Bambu!

Nos últimos versículos de Filipenses, Paulo revela ainda mais o elo profundo entre ele e os irmãos de Filipos. Ele se alegra porque o zelo do irmãos novamente se renovou por ele. No momento de dificuldade de Paulo, aqueles irmãos serviram para ele de apoio, renovação e sustento.

Os versos que mais impactam neste trecho final são os de onze a treze. Neles, o apóstolo revela o seu segredo de contentamento. Como se contentar em qualquer situação e não se deixar dominar pelas preocupações? Em primeiro lugar, pela capacidade de adaptação a qualquer situação. Paulo diz: “Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância” (v.11).

Essa capacidade de se adaptar me faz lembrar de um conceito: a resiliência. Segundo dicionário Aurélio, resiliência é a propriedade de pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora de tal deformação elástica. Na área da psicologia ela pode ser descrita como a capacidade que uma pessoa tem de adaptar-se positivamente em situações adversas. Podemos inferir que Paulo era resiliente.

Temos um exemplo de resiliência na natureza: o bambu. A maneira como ele se adapta às situações adversas pode ser utilizada como analogia para a nossa vida cristã. Quando a tempestade vem e os fortes ventos atingem o bambu, sua capacidade de adaptação permite com que se enverguem completamente sem se quebrar. Pode-se dizer que ela literalmente se “prostra” quando expostos a condições adversas. Quanto mais as dificuldades da vida nos atingem, mais precisamos nos prostrar perante o Senhor para que ele nos ajude a vencê-las.

Em segundo lugar, a possibilidade de vencer as dificuldades se manifesta quando reconheço a força que Cristo me dá. Filipenses 4.13 diz: “Tudo posso naquele que me fortalece”. Ou seja, com o poder, força e capacidade que Cristo me dá posso enfrentar qualquer situação. Posso estar bem alimentado ou com fome, com muito ou com pouco (v.12), não importa, com Jesus tenho a convicção de que posso enfrentar qualquer coisa.

Outra coisa relativa ao bambu e que dá a capacidade de resistência a ele são seus nós. Neste caso podemos parafrasear que o bambu não tem "eus", tem "nós". O cristão que consegue enxergar Cristo como suficiente é aquele que aprendeu a se dobrar perante o Senhor e a viver em comunidade. Esta é a teologia do bambu!