Uma edição especial da revista americana Time, intitulada “Além do Ano 2000 – O que esperar do próximo milênio”, apresentou uma pesquisa que fornece uma amostra do futuro das famílias. Os pesquisadores tentaram projetar-se no futuro e asseveraram que a família logo morrerá, sendo apenas uma anomalia. O divórcio será extremamente comum e os casamentos serão substituídos por monogamias sucessivas, algo parecido com um contrato, onde haverão cláusulas firmando o término automático da união em data previamente marcada.
Crianças, fruto desses relacionamentos, serão obrigadas a viverem com uma complicada disposição de parentes: mães, pais, múltiplas madrastas, padrastos, meio-irmãos, avós, etc. A família consistirá de parentes, não-parentes e ex-parentes. As crianças perambularão de casa em casa, uma vez que as famílias desfazem-se e constituem-se noutras sucessivamente.
A pesquisa revela ainda que o tabu do incesto enfraquecerá, as intimidades antes proibidas serão totalmente liberadas. Com o controle da natalidade e o planejamento familiar aumentando, haverá menos jovens e mais idosos como nunca antes. À semelhança da China, o aborto será legitimado pelos governos das nações com altos índices populacionais. Esse é o futuro da família segundo os sociólogos, diz a Time.
Tendo em vista essas pesquisas, pode-se afirmar que a família tem passado por profundas modificações. A afirmação, decorrente da pesquisa da revista Time, de que a família desaparecerá não pode ser considerada de forma plena. A família não desapareceu, mas, assume novos contornos, numa espécie de adequação sócio-cultural imposta pela era presente. Defini-la é tarefa extremamente difícil, uma vez que são vários os fatores que provocam a modificação na dinâmica familiar. Suas modificações, entretanto, têm como base as mudanças ideológicas na atualidade.
Os problemas matrimoniais se acumulam principalmente pelo individualismo exagerados dos dias atuais. No período moderno, a humanidade conheceu o valor das mentes brilhantes e acreditavam na boa condução do mundo através dessas mentes. Descartes, Darwin, Marx, entre outros, são exemplos de como o valor individual passou a ser desenvolvido. Porém, como defende Lipovetsky, a era atual pode ser considerada “hipermoderna” justamente porque supervalorizou os ideais da modernidade, como o individualismo.
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